quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Ceifeira do amor

O juízo dos teus olhos é que alarma para a estonteante fera,
que deparas com fervor os sentimentos em matéria,
o mero vislumbre furtivo à dama endiabrada,
com meia face gélida e outra metade deturpada,
o reflexo do espelho que segura confunde-se na imagem do amanhecer,
erguendo o brilho de suas tranças mal traçadas,
e na inércia de seus olhos dispõe um homem à desgraça.
ao medo do Mouro sem tempo de perdão.
Passos leves, sutís, capazes de ferir sem partir.
Pouco a pouco caminha para sua cela,
terminada mais uma cassada, desfaz-se com pesar, cansada.
Para que em sono profundo se aquiete para nunca mais,
voltar a ser assassina de quem o amor traz.

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