domingo, 23 de novembro de 2014

O homem sem nome

Ando por toda casa, não reconheço a morada.
Lembranças que pairam os móveis, já não representam nada.
Olho ao espelho e mais uma vez vejo imagens sem sentido.
Um homem desconhecido intriga-se com sua imagem
Olha-se a janela, e o orvalho estende-se com o resto da noite.
Escorado em pilares que já não aguentam me segurar,
os mesmos antigos sonhos voltam a me atormentar.
Provocam o desejo... Ah o desejo, perigoso e fugaz.
O tempo caminha, devagar e delicado,
por cada passo sem pressa.
Aos poucos se percebe que aqui dentro sua vida estarrece.
A luz apagou, sua hora chegou.
Até que tenha do outro lado passado deixe a fé comanda-lo,
Tantos anos cego, isto eu não acredito.
Um ar relento que lá ficou...Bendito!


Carta a consciência

Mais uma vez aqui me encontro,
Casa vazia, nada restou.
Eles vieram e tomaram tudo!
Tomaram a esperança, roubaram os sonhos
roubaram o desejo e até mesmo a ânsia de uma digna morte.
Agora o que vem a memória são desafios de um desejo que me domina. 
Olhando para o céu me pergunto onde estou?
Talvez você possa me guiar... Eu não posso me entregar.
Mesmo entorpecido pela ilusão, o caminho entregue até então.
Pelas visões antigas que mostram, renomado e desesperado passado.
Busco uma resposta aos seus pés, quem diria se humilhar.
Quem sabe as chamas queimadas por ti, um dia irão me ajudar. 

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Com esta face estonteante, quando me paro a observar
seus belos traços que prantam meu coração a amar.
Um olhar profundo que me deixa estagnado,
tento escapar e nada mais consigo enxergar.
Doce e delicada, como suave melodia, como suave harmonia,
desperta meus sentimentos e acalma meus tormentos.
Olho em volta e o ar parece ríspido,
seu olhar de novo me prende como um labirinto,
que levaria a vida para desvincula-lo,
mas mesmo assim o faria de bom grado.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Dinheiro? Nunca tive, graças aos céus pois assim não me prenderia a formas de desejos baratas.
Como posso me apegar então a algo que não tenho? Com o tempo entendi como a ausência te desprende e no lugar do desejo toma-lhe a indiferença, que liberta dos mais grosseiros desejos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

(...)

Existe um elo entre a alienação e a realidade que transparece todos os dias em minuciosos questionamentos. Uma tentando enganar a outra. Assim se vai até a chegada da ação, derrubando todo preceito existente, valorizando o simplório.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

(...)

Bendita seja a imperfeição, sem ela não almejaríamos os ápices do conhecimento a fim de buscar a mais demasiada solução para o processo de errônea equação. Todo desejo de se igualar a algo resulta na trágica queda do ser em um caminho sem estribeiras, donde antes nem depois será possível igualar-se em todo estado. Quando se deseja superar o esperado, e com todo desejo se volta a alma para aquele resultado, suas expectativas são realizadas, e no mesmo processo ninguém mais conseguirá iguala-lo, pois assim é o caminho do progresso, não existe iguais, e aquele que nisto acreditar, em ilusão morrerá.

segunda-feira, 2 de junho de 2014